sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Professor Leodegário de Azevedo Filho: pequena homenagem


Soube por acaso ao longo dessa semana, que faleceu, no Rio de Janeiro, em 30/01/2011, o emérito de Literatura Portuguesa da UERJ, o professor Leodegário Amarante de Azevedo Filho.
Para os que estudaram Letras na UERJ nos anos 70, 80 ou 90, o nome do professor, e os eventos literários por ele realizados a cada ano, sempre em julho, por mais de três décadas, é bem conhecido. Para a comunidade das Letras brasileira e portuguesa também. No entanto, pouco se noticiou sobre o desenlace do camonista de 83 anos.

Depois que soube da notícia, lembrei-me de um amigo, professor e poeta “carioca de Arraial do Cabo”, e de uma história que ele me contou há tempos. Aluno do Leodegário nos anos 50 (acho), no Colégio Pedro II, o então “pupilo” admirou-se da constatação de que o Bocage de quem falava o mestre era o mesmo das piadas pornográficas... Pedi-lhe então um poema, um soneto, à moda de Camões. Pedido atendido, poema publicado neste blog, na primeira postagem de 2011! Valeu, Eraldo!


AO MESTRE
Eraldo Mai

Leodegário Amarante de Azevedo
Filho (completo nome), o professor
Que em sua diligência e todo o amor
Fez-me de Português jamais ter medo.

Muito ao contrário, desde muito cedo,
Despertou-me das letras o pendor,
Pela do Lácio a derradeira flor
O gosto, porque a via qual folguedo.

Lembra-me vivo sempre aquele dia
Em que, ginasiano, eu me encantava
Com o professor que a nós poemas lia.

Ouvi-lo ler Camões (que tanto amava)
Era pra mim motivo de alegria
E em mim mundos de sonhos despertava

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